Governo fecha com Déficit de R$ 59 BI e Estatais batem recordes de rombo

O governo federal encerrou julho de 2025 com um déficit primário de R$ 59,1 bilhões, o pior resultado para o mês desde 2020, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (28). O desempenho acende alerta sobre a sustentabilidade fiscal do país e pressiona o cumprimento da meta estabelecida pelo próprio Executivo.

O que explica o resultado

As despesas públicas dispararam 28,3% em relação a julho de 2024, já corrigidas pela inflação. Entre os fatores que mais pesaram estão:

  • Pagamentos de precatórios;
  • Benefícios previdenciários;
  • Transferências obrigatórias para estados, municípios e programas sociais.

Enquanto isso, a receita líquida cresceu apenas 3,9% no período — ritmo insuficiente para compensar a escalada dos gastos.

Situação acumulada

Nos últimos 12 meses, o déficit primário já soma R$ 34,1 bilhões, equivalente a 0,3% do PIB. Esse valor ultrapassa o limite de tolerância da meta fiscal, que previa saldo zero, com margem de ±0,25% do PIB.

O peso das estatais

Além do rombo no orçamento central, o desempenho das estatais federais agrava o quadro. Entre janeiro e abril, o setor registrou déficit de R$ 2,73 bilhões, o pior início de ano desde o começo da série histórica em 2002. No primeiro semestre, o prejuízo acumulado chegou a R$ 3,9 bilhões, um recorde negativo.

Risco de crise fiscal estrutural

Analistas avaliam que a combinação de gastos em alta, arrecadação moderada e rombos nas empresas públicas forma um cenário de crise fiscal estrutural. O quadro pode minar a confiança de investidores, comprometer a credibilidade do governo no mercado e elevar a pressão sobre a política monetária, dificultando a redução dos juros no médio prazo.

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