Um editorial do The Wall Street Journal (WSJ) avaliou de forma positiva o recente ataque militar dirigido pelo governo Trump a uma embarcação ligada ao cartel venezuelano Tren de Aragua, descrevendo a ação como uma decisão eficaz e justificável diante do contexto atual. O ataque rompeu com o protocolo tradicional aplicado pela Guarda Costeira, que normalmente busca interceptar suspeitos em alto-mar, realizar abordagens e prisões para julgamento posterior.
O WSJ enfatiza que cartéis transnacionais são muito mais do que redes de narcotráfico: operam também com sequestro, extorsão, tráfico humano e assassinatos, ameaçando instituições democráticas frágeis. Nesse sentido, o jornal considerou a ação militar como uma resposta necessária e contundente que envia um claro sinal dissuasório a líderes criminosos — especialmente aos que, como Maduro, utilizam os cartéis para fins autoritários e repressivos.
O editorial também destacou o impacto geopolítico positivo que o ataque pode promover: ao interromper, mesmo que temporariamente, as receitas em dólares do tráfico, o governo Maduro — mais dependente dessas rendas do que do petróleo — receberia uma advertência clara do alcance do poder militar dos EUA. O texto encerra com uma mensagem direta ao presidente venezuelano: “Durma bem esta noite, sr. Maduro”, numa alusão à possibilidade de ações comparáveis no futuro.
Contexto do ataque
- Data e alvo: No dia 2 de setembro de 2025, os EUA realizaram um ataque aéreo de precisão contra uma lancha no Caribe Sul, vinculada ao grupo Tren de Aragua, supostamente transportando drogas. Segundo o governo norte-americano, 11 suspeitos foram mortos.
- Reação internacional: A ação gerou forte controvérsia. Especialistas questionam sua legalidade, pois não foi demonstrada ameaça iminente, nem houve autorização explícita do Congresso, levantando preocupações quanto ao direito internacional e ao uso da força letal.
- Escalada militar: Após o ataque, os EUA mantiveram uma postura robusta, com navios de guerra e uma campanha militar explícita contra cartéis latino-americanos, com declarações de que “mais virão” caso outras embarcações suspeitas sejam identificadas.
A visão do WSJ reforça uma abordagem confrontativa e militarizada na luta contra o tráfico internacional de drogas, justificando o uso de força como necessário diante da ameaça que cartéis representam — não apenas em nível criminal, mas institucional e geopolítico. O editorial também ressalta a mensagem de poder e determinação direcionada ao regime venezuelano, especialmente em meio às tensões regionais e à crescente politização do combate ao narcotráfico.
