Uma das dúvidas mais frequentes nas redes sociais é se o sexo pode substituir treinos de cardio ou outras atividades físicas realizadas na academia. Para responder a essa questão, foi conversado com a psicóloga e especialista em sexualidade Caroline Busarello Brüning, e com o cardiologista e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Artur Herdy, que também atua na área de medicina do esporte.

De acordo com os especialistas, o sexo pode ser considerado uma forma de atividade física, mas com limitações claras. “Normalmente, não é tão cansativo ou intenso quanto um treino de academia ou uma atividade física estruturada. O sexo provoca respostas fisiológicas semelhantes, mas dificilmente dura 40 a 50 minutos, e a intensidade não chega ao pico de um exercício cardiovascular”, explica Caroline. A duração média de uma relação sexual varia entre 11 e 20 minutos, tornando o gasto calórico relativamente baixo.
Dados de estudos indicam que homens queimam em média 4,2 calorias por minuto, enquanto mulheres gastam cerca de 3,1 calorias. Em termos gerais, cada atividade sexual costuma queimar cerca de 100 calorias, valor considerado baixo frente a exercícios como corrida, HIIT ou musculação. “Isso não é nada comparado a um treino convencional”, reforça a sexóloga.
O cardiologista Artur Herdy também ressalta que a posição sexual e o nível de atividade durante o ato influenciam diretamente no gasto calórico. Sexo com penetração ativa demanda mais esforço físico do que sexo oral ou posições mais passivas. Além disso, o orgasmo representa o momento de maior intensidade da atividade sexual, provocando aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. No entanto, mesmo nesses momentos, não se equipara ao esforço exigido em um treino estruturado.
Apesar disso, o sexo oferece benefícios tanto físicos quanto psicológicos. A prática prazerosa e voluntária libera hormônios como a ocitocina — associada a vínculos, prazer e bem-estar — e a endorfina, que ajuda a aliviar dores, incluindo dores de cabeça. Caroline explica que a liberação de ocitocina tende a ser maior nas mulheres, o que contribui para uma maior conexão emocional durante a relação.

Em termos de condicionamento físico, os especialistas concordam que o sexo funciona como um complemento, mas não substitui exercícios formais. Ele não promove ganho muscular significativo nem tem a mesma intensidade de treinos de cardio, HIIT ou musculação. Herdy recomenda realizar a atividade física primeiro, garantindo condicionamento, e depois aproveitar os efeitos relaxantes e prazerosos do sexo, que ajudam no bem-estar geral.
Em resumo, o sexo faz bem ao corpo e à mente, ajuda a gastar algumas calorias e melhora o humor, mas não pode ser considerado uma alternativa completa à prática de exercícios físicos. Sexo e treinos são atividades complementares, cada uma com seus próprios benefícios para a saúde física e emocional.