O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou nesta quinta-feira (16) uma dura advertência a integrantes do Hamas após relatos de execuções e enfrentamentos internos em Gaza:
“Se o Hamas continuar a matar pessoas em Gaza, que não fazia parte do acordo, não teremos outra escolha senão entrar e matá-los”, escreveu Trump em publicação na sua rede social Truth Social.
A declaração foi amplamente repercutida pela imprensa internacional e interpretada como sinal de que Washington não descarta uma intervenção mais direta caso o grupo não cumpra os termos do cessar-fogo.
O alerta surge no rastro de notícias de que militantes do Hamas executaram dezenas de pessoas acusadas de colaboração ou de fazerem oposição ao grupo enquanto tentam reafirmar o controle sobre diferentes áreas da Faixa de Gaza depois do acordo de cessar-fogo. Várias fontes jornalísticas contabilizaram mais de 30 mortes atribuídas a purgas internas, imagens dessas execuções viralizaram e provocaram condenações de organizações de direitos humanos. Esses episódios são citados por Washington como justificativa para a reação verbal e a possibilidade de medidas mais duras.
Além da publicação em Truth Social, Trump também disse em entrevista que poderia permitir ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu retomar ações militares em Gaza caso o Hamas se recuse a cumprir cláusulas do acordo de cessar-fogo, chegando a afirmar que as forças israelenses poderiam “voltar às ruas assim que eu disser a palavra”. A postura do presidente norte-americano, que simultaneamente destacou o envio de tropas americanas a Israel para monitorar a trégua, aumentou as apreensões sobre uma eventual retomada das hostilidades.
A reação internacional foi imediata: meios como Reuters, Al Jazeera, AP e The Guardian noticiaram a fala e destacaram o contexto humanitário já crítico — com entrada muito limitada de ajuda, situação de fome e infraestrutura de saúde severamente danificada —, além de advertirem para o risco de que uma escalada militar agrave ainda mais a catástrofe civil em Gaza. Especialistas em direito internacional lembram que qualquer intervenção externa tem implicações legais complexas e pode desencadear condenações ou investigações sobre crimes de guerra, dependendo da conduta das forças envolvidas.
No plano político, a declaração de Trump acentua divisões sobre a solução do conflito: por um lado, há pressão em Washington e em Tel Aviv por responsabilizar o Hamas por abusos internos e por garantir a devolução de reféns; por outro, há preocupações de organismos humanitários e governos estrangeiros sobre os custos humanos de uma nova ofensiva. Enquanto isso, analistas apontam que a fragilidade do cessar-fogo — condicionado a entregas de corpos e à desmobilização de militantes — mantém a região sob risco permanente, e que a retórica beligerante dos líderes internacionais pode reduzir as margens de negociação.




























