Trump acusa governo colombiano de conivência com o tráfico

Ofensiva diplomática dos Estados Unidos contra Gustavo Petro marca o retorno da estratégia de pressão americana sobre a América Latina e reacende a disputa por influência no continente.

A nova ofensiva do ex-presidente Donald Trump contra o governo colombiano, liderado por Gustavo Petro, reacende tensões diplomáticas e confirma uma mudança na postura norte-americana diante da América Latina. Após anos de retração geopolítica, Washington volta a agir com assertividade estratégica, mirando regimes que considera infiéis à sua agenda de segurança e comércio.

Trump acusou publicamente Petro de ser “líder do tráfico de drogas na América do Sul”, uma declaração que provocou forte reação diplomática em Bogotá. Em resposta, o governo colombiano convocou seu embaixador em Washington e classificou as declarações como “ataque injustificado e violação da soberania nacional”.

Nos bastidores, fontes diplomáticas relatam que a acusação de Trump faz parte de um plano de pressão regional voltado a conter o avanço de governos alinhados à esquerda, especialmente aqueles que mantêm relações ambíguas com regimes autoritários — como o de Nicolás Maduro na Venezuela e Miguel Díaz-Canel em Cuba.

Além das críticas, Trump anunciou ameaças de suspensão de ajuda financeira, bem como a imposição de tarifas comerciais sobre produtos colombianos, incluindo café e flores — setores essenciais à economia do país. A medida é vista por analistas como uma tentativa de isolar politicamente Petro e forçar uma mudança de postura em temas ligados ao combate ao narcotráfico e à cooperação de segurança.

A advertência implícita é direta: governos latino-americanos que não cooperarem plenamente com a agenda antidrogas e de comércio dos EUA poderão enfrentar retaliações econômicas e diplomáticas severas.

Especialistas apontam que essa escalada sinaliza o retorno da doutrina de influência hemisférica, semelhante à aplicada durante a Guerra Fria, quando os EUA buscavam reafirmar sua hegemonia no continente diante da ameaça de potências rivais. Agora, o inimigo não é o comunismo soviético, mas o eixo de regimes populistas e pró-China que se consolida no sul do continente.

Para analistas em Washington, a estratégia de Trump é dupla: reafirmar o poder americano sobre a região e enfraquecer os blocos alternativos de integração, como o Grupo de Puebla e a CELAC, que têm defendido uma postura mais independente em relação aos EUA.

O episódio, porém, deixa claro que a América Latina volta a ser campo de disputa geopolítica — e que os próximos anos poderão marcar uma nova divisão hemisférica entre países alinhados a Washington e governos que preferem o eixo Caracas–Havana–Pequim.

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