Revolta Popular: Deputados da Indonésia têm aumento de 33% e população vai às ruas

A Indonésia vive uma crise política sem precedentes desde o final de agosto de 2025, quando o anúncio de um aumento salarial de 33% para os 580 deputados do país gerou indignação generalizada. O reajuste elevou os rendimentos mensais dos parlamentares para cerca de US$ 14 mil, em um contexto de inflação crescente, desemprego elevado e queda no poder de compra da população. Esse cenário desencadeou uma onda de protestos em diversas cidades, incluindo Jacarta, Surabaya, Bandung, Yogyakarta e Makassar, que rapidamente se transformaram em confrontos violentos.

O episódio mais grave ocorreu em Makassar, onde manifestantes incendiaram o prédio do Parlamento regional. O incêndio resultou na morte de pelo menos três pessoas e deixou outras cinco feridas, algumas delas com queimaduras graves ou fraturas após saltarem do edifício em chamas. A violência também se espalhou por outras cidades, com ataques a prédios governamentais, veículos queimados e invasões a delegacias. Em Jacarta, um entregador de 21 anos foi atropelado por um veículo blindado da polícia, aumentando ainda mais a tensão nas ruas.

Diante da escalada de violência, o presidente Prabowo Subianto anunciou a revogação do aumento salarial dos deputados e o cancelamento de benefícios como o subsídio de US$ 5 mil para moradia. Além disso, suspendeu viagens oficiais e prometeu reformas para aumentar a transparência e combater a corrupção. Em uma tentativa de apaziguar a situação, Prabowo também demitiu cinco ministros, incluindo a respeitada ministra da Fazenda, Sri Mulyani Indrawati, substituindo-a por Purbaya Yudhi Sadewa.

A crise política se aprofundou com a renúncia de Rahayu Saraswati Djojohadikusumo, sobrinha do presidente, do cargo de deputada. Em um vídeo, ela expressou arrependimento por comentários anteriores considerados insensíveis à situação econômica da população. Sua saída gerou especulações sobre uma tentativa de apaziguar a opinião pública e reduzir as tensões internas no partido governista.

Especialistas apontam que a crise reflete um desgaste profundo entre a população e as instituições políticas, exacerbado por um governo que, segundo críticos, tem adotado medidas autoritárias. A presença militar nas ruas e a repressão a manifestações pacíficas têm gerado preocupações sobre um retrocesso democrático no país. Organizações de direitos humanos, como a Anistia Internacional, alertam para a necessidade de investigações independentes sobre os abusos cometidos pelas forças de segurança e defendem a liberação de manifestantes detidos arbitrariamente.

A situação na Indonésia continua instável, com manifestações programadas para os próximos dias. A população exige não apenas a revogação de privilégios para políticos, mas também reformas estruturais que garantam justiça social, transparência e respeito aos direitos humanos. O governo enfrenta o desafio de equilibrar a necessidade de manter a ordem com o compromisso com a democracia e os direitos civis.

A crise atual serve como um alerta para outros países da região sobre os riscos da desigualdade econômica e da falta de diálogo entre governantes e governados. A busca por soluções pacíficas e inclusivas será fundamental para restaurar a confiança da população nas instituições e garantir a estabilidade política na Indonésia.

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