A crise política envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ganhou novos contornos nesta semana. O senador Esperidião Amin (PP-SC) protocolou um pedido de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Vaza Toga, com o objetivo de investigar supostas práticas de perseguição política por parte de membros do Judiciário. O requerimento, que conta com 29 assinaturas, aguarda leitura em plenário para ser efetivamente instalado.
O foco da investigação são as denúncias feitas por Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes no TSE, que acusa o ministro e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, de combinarem previamente os alvos das investigações, elaborando relatórios a pedido do ministro e produzindo documentos com datas retroativas para justificar operações de busca e apreensão contra empresários de direita. Tagliaferro anexou arquivos e mensagens que, segundo ele, comprovam estas alegações .
Em resposta, o gabinete de Moraes afirmou que todos os procedimentos realizados nas investigações sobre supostas milícias digitais e desinformação foram oficiais, regulares e documentados nos autos. Segundo a nota, as requisições e determinações encaminhadas a órgãos como o TSE seguiram normas regimentais e cumpriram o poder de polícia do tribunal em casos envolvendo atividades ilícitas, incluindo tentativa de golpe de Estado e atentados contra instituições democráticas .
Além da CPI, parlamentares também estão articulando a denúncia das supostas irregularidades a órgãos internacionais. O objetivo é buscar apoio e visibilidade para as alegações de Tagliaferro, que se encontra na Itália e é alvo de pedido de extradição do Brasil. Ele afirma ser vítima de perseguição política e conta com apoio de parlamentares alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) .
A crise envolvendo o STF e o TSE continua a se aprofundar, com desdobramentos que podem impactar a relação entre os Poderes e a confiança da população nas instituições democráticas.
