O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) está determinado a assumir a presidência da Câmara dos Deputados em 2027. Impedido de concorrer ao Senado por não ter a idade mínima de 35 anos e barrado por seu partido de tentar o governo de Minas Gerais, ele vê na presidência da Câmara uma oportunidade estratégica para fortalecer sua influência política.
Apesar de sua popularidade nas redes sociais, onde se tornou um dos políticos mais influentes do país, Nikolas enfrenta críticas tanto da esquerda quanto de aliados da direita. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou-o de favorecer o PCC com fake news, em referência a uma postagem de janeiro que alertava sobre a “taxação do Pix”. O vídeo publicado por Nikolas foi visto cerca de 300 milhões de vezes e forçou o recuo da decisão da Receita Federal de monitorar operações que somassem R$ 5 mil. Nikolas anunciou que processará o presidente por difamação, classificando as acusações como “canalhice”.
Dentro do próprio PL, Nikolas também enfrenta resistência. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) cobrou publicamente mais apoio de Nikolas à defesa de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e criticou sua falta de engajamento em atos de rua. Apesar da pressão, o deputado mineiro manteve sua postura crítica à “perseguição judicial” do STF contra Bolsonaro e à direita em geral.
Analistas políticos apontam que o embate interno de Nikolas com líderes do PL reflete disputas de protagonismo na direita. Ele busca manter o equilíbrio: não rompe com a família Bolsonaro, mas tenta afirmar sua autonomia. Seu objetivo é preservar sua base conservadora enquanto abre espaço para projetos futuros, como comandar a Câmara.
