Atriz relatou que empresa rompeu parceria publicitária ao avaliar suas redes sociais; companhia alegou buscar “neutralidade”
A atriz Nathalia Dill revelou que perdeu um contrato publicitário em razão de sua posição política declarada nas eleições de 2022. Em entrevista ao podcast Desculpa Alguma Coisa, a artista contou que a empresa decidiu cancelar a parceria após analisar suas redes sociais, justificando a decisão com a frase: “Não queremos problemas. Somos neutros.”
Segundo Nathalia, o episódio ocorreu dois anos após ela manifestar apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A postura da empresa, de acordo com ela, foi motivada pela preocupação em preservar sua imagem institucional e evitar associações com posicionamentos políticos que pudessem gerar repercussão negativa.
Apesar do impacto no setor publicitário, a atriz destacou que sua carreira artística não foi prejudicada. “Minhas peças de teatro continuam com grande sucesso de público”, afirmou, reforçando que seu trabalho no palco segue sólido e reconhecido.
O caso reacende o debate sobre os limites entre liberdade de expressão e a neutralidade adotada por empresas em suas estratégias de comunicação. Enquanto parte do público critica a exclusão de vozes políticas no meio corporativo, especialistas apontam que companhias costumam adotar critérios rígidos para proteger sua reputação e evitar controvérsias públicas.
O episódio envolvendo Nathalia Dill expõe um dilema recorrente no mundo corporativo: até que ponto empresas podem ou devem se associar a figuras públicas com posicionamentos políticos explícitos? No caso em questão, a marca preferiu encerrar o contrato ao identificar que o apoio declarado da atriz a um candidato poderia gerar polarização entre consumidores. Essa decisão, reflete uma prática comum em grandes corporações, que buscam resguardar sua reputação e manter-se afastadas de disputas eleitorais. Afinal, o consumo de produtos e serviços é amplo e diverso, e atrelar uma marca a uma ideologia pode alienar parte significativa de seu público-alvo.
Sob essa ótica, a escolha da empresa pode ser vista como um ato de responsabilidade e profissionalismo. Em um cenário político altamente polarizado, qualquer declaração pública de um influenciador ou artista tem potencial de impactar diretamente a percepção da marca associada. Ao optar pela neutralidade, a companhia protege não apenas sua imagem, mas também seus clientes, acionistas e colaboradores, evitando que interesses comerciais sejam confundidos com militância política. Essa postura, portanto, não deve ser interpretada como hostilidade à liberdade de expressão, mas sim como um movimento estratégico legítimo para garantir a estabilidade e a credibilidade no mercado.