O Brasil atravessa um cenário em que poder e política se entrelaçam de forma opaca, tornando muitas decisões quase indecifráveis para a população. Nesse tabuleiro, a figura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem se destacado pela postura controversa adotada em relação ao crime organizado. A resistência do governo em classificar o Primeiro Comando da Capital (PCC) como organização terrorista expõe uma estratégia política que prioriza conveniências geopolíticas e interesses internos em detrimento da segurança pública.
Enquanto especialistas e autoridades de segurança pública apontam para o PCC como um grupo terrorista — dado seu histórico de atentados, execuções e domínio territorial —, o governo Lula evita tomar medidas concretas. A justificativa oficial gira em torno de supostas implicações internacionais e temores de intervenção estrangeira, especialmente em um contexto marcado pelo “Fator Trump“. Essa postura, além de política, é perigosamente permissiva, permitindo que facções criminosas se fortaleçam enquanto o Estado se mantém inerte.
Mas a crítica ao governo Lula não pode ser dissociada de uma análise mais profunda das estruturas de poder que sustentam essa omissão.

A relação do Partido dos Trabalhadores (PT) com essas estruturas não é isenta de críticas. Historicamente, o partido demonstrou uma postura leniente frente ao crime organizado, tratando facções como uma questão social e não como ameaça à segurança nacional. Essa visão permissiva, somada às alianças políticas estratégicas, perpetua um ciclo de influência do PCC em diversos níveis do poder.
A resistência do governo Lula em classificar o PCC como terrorista revelam um padrão preocupante: o crime organizado não é apenas tolerado, mas, em alguns aspectos, institucionalmente protegido. Enquanto a população sofre com a violência, o Estado mantém uma cortina de fumaça, negociando interesses, minimizando responsabilidades e preservando figuras-chave do poder que deveriam, em tese, proteger os cidadãos.
O senador Sérgio Moro (União-PR) criticou duramente o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao combate ao crime organizado, especialmente após a deflagração da Operação Carbono, que expôs a infiltração do PCC no mercado de combustíveis. Moro afirmou que o governo federal tem sido “frouxo” e “leniente” no enfrentamento às facções criminosas, tratando-as como “coitadinhos”, em vez de adotar uma postura firme e eficaz.

Ele também criticou a resistência do governo à criação de uma agência nacional anti-máfia, inspirada no modelo italiano, que permitiria uma coordenação mais eficaz no combate ao crime organizado. Moro destacou que, apesar de haver projetos aprovados no Senado, o governo tem vetado iniciativas importantes, como o fim das saídas temporárias para criminosos, mostrando falta de compromisso real com a segurança pública.
Além disso, Moro sugeriu que facções como o PCC e o Comando Vermelho deveriam ser classificadas como organizações terroristas, dada a gravidade de seus atos, como atentados e assassinatos de agentes penitenciários. Ele criticou a resistência do governo federal a essa classificação, argumentando que a alegação de que a lei poderia ser usada contra movimentos sociais é uma falsa equivalência, pois organizações criminosas não podem ser comparadas a movimentos civis.