O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, voltou a surpreender a comunidade internacional ao anunciar que não compareceu à 80ª Assembleia Geral da ONU, realizada em Nova York. Em publicação feita no X (antigo Twitter), o líder salvadorenho justificou sua ausência com duras críticas ao encontro, classificando-o como “inútil” e uma verdadeira “perda de tempo”.
“Desta vez, não fui à Assembleia Geral das Nações Unidas. Achei inútil este ano, mas você sempre pode assistir ao discurso do ano passado se quiser perder tempo como eu”, ironizou Bukele em sua postagem.
O presidente ainda compartilhou um vídeo com trechos de sua fala em 2024, reforçando a crítica ao formato do evento. Na ocasião, já havia questionado a relevância da ONU no cenário internacional, afirmando que “o mundo livre não é mais livre” e denunciando que problemas como crime organizado, violência de gangues e censura em redes sociais estariam sendo negligenciados pela organização.
A decisão de se ausentar da Assembleia se soma ao estilo político combativo, direto e autônomo que Bukele vem adotando desde o início de seu governo, desafiando instituições tradicionais e priorizando uma comunicação direta com seus apoiadores por meio das redes sociais.
Especialistas apontam que a postura do presidente salvadorenho reacende o debate sobre a efetividade de organismos multilaterais e a relevância da diplomacia formal em um mundo marcado por tensões geopolíticas crescentes. Enquanto críticos acusam Bukele de desprezar o diálogo internacional, seus apoiadores defendem que ele apenas expõe a fragilidade de fóruns que, segundo eles, já não oferecem respostas concretas aos principais desafios globais.
A ausência de Bukele, portanto, não apenas reforça sua marca política, mas também lança luz sobre a crise de legitimidade enfrentada pela ONU em meio a um cenário de disputas de poder cada vez mais fragmentado.
