Deputado Eduardo Bolsonaro afirma, em discurso na CPAC realizada em Mar-a-Lago, que líderes latino-americanos se mantêm no poder por apoio de cartéis e critica suposta influência política do Judiciário.
No palco da Conferência da Ação Política Conservadora (CPAC), realizada no resort Mar-a-Lago, na Flórida, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) proferiu discurso em que articula duras acusações contra líderes da região e questiona a imparcialidade de instituições brasileiras.
Segundo o parlamentar, Lula, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, integram um mesmo bloco político — identificado por ele como o Foro de São Paulo — sustentado por recursos provenientes de cartéis de drogas.
No núcleo do pronunciamento, Eduardo Bolsonaro apresentou a tese de que o poder de cartéis na América Latina extrapola o crime organizado e infiltra a política e as instituições democráticas. “Eles fazem parte do mesmo grupo e se mantêm no poder com o dinheiro dos cartéis”, afirmou o deputado ao relatar, em suas palavras, pressões que teriam ocorrido quando, conforme ele, Lula teria recebido orientação de Petro e Maduro para defender a Venezuela em um encontro recente.
O parlamentar buscou ainda estabelecer conexões simbólicas entre grupos criminosos e Estados, ao mencionar apreensões recentes ocorridas em operações de segurança. Ele relatou que, em uma das ocorrências mencionadas, foram mortos mais de cem suspeitos e quatro agentes — e que em armas apreendidas havia símbolos que, segundo sua leitura, remetem à República Bolivariana da Venezuela. Eduardo Bolsonaro usou esses elementos para sustentar a narrativa de vínculos materiais entre cartéis e lideranças políticas.
Voltando o foco ao Judiciário, Eduardo direcionou críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, sugerindo que o sistema judicial brasileiro estaria influenciado por interesses políticos e, de certo modo, comprometido. Em trecho do discurso, comparou a atuação de autoridades no Brasil ao modo de operação de organizações criminosas em outros países da região, e ironizou a ideia de um magistrado do Supremo deslocando-se ao Rio de Janeiro para interferir em decisões estaduais sobre segurança pública.
Ao citar as diferenças operacionais entre organizações criminosas, o deputado afirmou que, no Brasil, os grupos seriam “mais profissionais” do que os que atuam no México, mas preservariam as mesmas práticas: assassinato, lavagem de dinheiro e infiltração política — inclusive, segundo ele, em instâncias superiores do Estado. Essas declarações foram feitas em tom de advertência: Eduardo defendeu a necessidade de interromper o fluxo de drogas e os mecanismos que, em sua visão, permitem a permanência desses grupos no poder.Antes das menções dirigidas a Lula e a Alexandre de Moraes, o parlamentar fez elogios à postura do governo Trump em apoiar operações de segurança brasileiras — referência, de acordo com o próprio, ao reconhecimento e à assistência prestados às Forças de Segurança após a megaoperação no Rio de Janeiro citada durante o discurso. No evento, o tom do deputado reafirmou seu alinhamento com pautas conservadoras e com o ex-presidente Donald Trump, enquanto reforçou críticas às lideranças de esquerda na América Latina.




























