O União Brasil emitiu uma resolução nesta quinta-feira (18) determinando que seus filiados ocupantes de cargos comissionados no governo federal se exonerem em até 24 horas, sob pena de expulsão por infidelidade partidária. A medida reforça o afastamento do partido da base de apoio ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciado anteriormente em setembro.
Atualmente, o União Brasil ocupa o Ministério do Turismo, sob a liderança de Celso Sabino (União-PA), além de ter indicações em empresas públicas como a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e a Telebras. Apesar da resolução, Sabino permanece no cargo, o que indica que ele pode não ser considerado infiel ao partido, possivelmente por ter sido indicado por um aliado político, o senador Davi Alcolumbre (União-AP).
A decisão do partido ocorre em meio a investigações da Polícia Federal que envolvem o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, em um suposto esquema de transporte de membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) por meio de jatos executivos. Rueda nega as acusações e afirma que há um uso político da estrutura estatal para desgastar sua imagem e enfraquecer o partido.
A medida também reflete o crescente distanciamento do União Brasil do governo federal, que inclui críticas públicas de Lula a Rueda e a formação da federação União Progressista com o Progressistas, partido que também anunciou o afastamento da base governista.
O União Brasil, presidido por Antônio Rueda, é um dos principais partidos do Centrão e possui uma base de apoio significativa no Congresso Nacional. O partido também conta com quatro governadores em sua base, incluindo Ronaldo Caiado (Goiás), Mauro Mendes (Mato Grosso), Marcos Rocha (Rondônia) e Wilson Lima (Amazonas).
A decisão de exigir a exoneração de seus filiados de cargos no governo federal pode ter implicações significativas para a dinâmica política no Brasil, especialmente com as eleições de 2026 se aproximando. O União Brasil, ao se posicionar como oposição ao governo Lula, pode buscar ampliar sua base de apoio entre eleitores que desejam alternativas ao atual governo
