Pajé Nato Tupinambá denuncia apagamento indígena nas discussões da COP30

Durante a manifestação realizada no Parque da Cidade, em defesa dos direitos indígenas e da preservação da Amazônia, o Pajé Nato Tupinambá, do Baixo Tapajós, concedeu entrevista ao Cuida e fez um contundente pronunciamento sobre o apagamento dos povos originários nas pautas climáticas da COP30.

Com voz firme e discurso carregado de urgência, o líder denunciou o contraste entre as promessas ambientais e a realidade vivida nas aldeias. “Não adianta falar de clima quando não temos saúde e educação de qualidade”, afirmou.

Para ele, as discussões sobre o futuro do planeta ignoram as condições básicas de dignidade nos territórios indígenas, o que torna o chamado “bem viver” — princípio central das comunidades tradicionais — um ideal distante da prática.

O Pajé também criticou a postura de autoridades e representantes que tomam decisões sem ouvir as vozes indígenas, reforçando o sentimento de exclusão dos verdadeiros guardiões da floresta.

O branco quer decidir por nós, e nós não queremos isso. Precisamos ser ouvidos, porque temos cultura, costumes e território”, declarou.

A fala de Nato Tupinambá ecoou entre os manifestantes ao ressaltar que a sobrevivência da floresta está intrinsecamente ligada à presença dos povos indígenas. Segundo ele, “não há plano B para o planeta”, e o desaparecimento dos povos originários significará também o fim da própria floresta.

Enquanto houver indígena, haverá floresta — quando não houver mais, tudo se tornará um deserto”, alertou.

Encerrando sua participação, o Pajé fez referência a uma árvore erguida no local do protesto, símbolo da força ancestral que sustenta a vida na Amazônia. “Essa árvore representa a força dos nossos ancestrais, da floresta e da vida que existe dentro dela”, disse, denunciando a lógica de destruição “em defesa do dinheiro e da economia do planeta”.

O pronunciamento de Nato Tupinambá sintetiza o clamor dos povos originários por reconhecimento e respeito — um apelo para que as discussões ambientais deixem de ser sobre eles e passem a ser com eles, honrando a sabedoria ancestral que há séculos protege as florestas.

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