A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL) alterou profundamente o tabuleiro político no Distrito Federal. Com restrições à sua atuação direta, o ex-presidente transferiu oficialmente a condução das articulações eleitorais locais para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que passa a ser a principal porta-voz do bolsonarismo em Brasília.
Fontes próximas ao PL confirmam que Michelle não apenas transmite os recados de Bolsonaro a aliados, mas também organiza e controla o acesso ao ex-presidente, chegando a cronometrar o tempo das visitas. A decisão de Jair é clara: todo o processo eleitoral do DF no PL será comandado por Michelle Bolsonaro, sem intermediários.

Nos bastidores, já se fala em candidatura de Michelle ao Senado, consolidando sua ascensão política. Paralelamente, Bolsonaro e Michelle planejam apoiar Celina Leão (PP), atual vice-governadora, como candidata ao governo do Distrito Federal. Apesar das conversas avançadas, o apoio ainda não é unânime dentro do bolsonarismo, uma vez que Celina é ligada ao governador Ibaneis Rocha, considerado próximo de ministros do Supremo Tribunal Federal.

A disputa pela vaga ao Senado também segue em aberto. Ibaneis Rocha tenta viabilizar seu nome com o apoio de Bolsonaro, mas enfrenta resistência. A deputada federal Bia Kicis surge como alternativa forte para ocupar o espaço, alinhada com a estratégia de Jair Bolsonaro de eleger senadores dispostos a confrontar o STF. Outra possibilidade em avaliação é o deputado federal Fred Linhares (Republicanos), que ganhou notoriedade após bons resultados em pesquisas, mas já se tornou alvo de ataques e denúncias.

E quanto à senadora Damares Alves (Republicanos)? Embora ligada a Celina Leão, ela segue como figura de confiança do ex-presidente e pode ser alçada a um novo projeto político no DF, ainda indefinido.

A definição do cenário eleitoral brasiliense dependerá da costura liderada por Michelle Bolsonaro, que agora centraliza as decisões estratégicas e representa a voz política de Jair Bolsonaro.