O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a colocar Cuba no centro do debate político brasileiro ao anunciar a possibilidade de um auxílio financeiro milionário destinado a impulsionar a produção de alimentos na ilha. Segundo Lula, ministros brasileiros já estão em Havana conduzindo tratativas para uma parceria agrícola que, segundo o governo, teria como objetivo fortalecer a segurança alimentar cubana.

A fala, no entanto, gerou imediata controvérsia. Críticos do governo interpretaram o anúncio como uma retomada das políticas de apoio externo vistas em gestões anteriores do PT, quando o Brasil financiou obras e concedeu crédito ao regime de Fidel e Raúl Castro. Para esses opositores, a justificativa atual — o aumento da produção de alimentos — seria apenas um novo pretexto para sustentar uma ditadura que continua sob comando do sucessor Miguel Díaz-Canel.
O tom de preocupação é reforçado por declarações de parlamentares e analistas, que questionam se o governo estaria novamente se alinhando ideologicamente a Havana. “Ele está querendo financiar a ditadura de novo?”, questionam críticos ao relembrar episódios do passado em que recursos brasileiros foram destinados ao porto de Mariel e a outros projetos estratégicos cubanos.
A proposta divide opiniões no cenário político nacional. Para apoiadores do governo, a iniciativa representa um gesto de solidariedade internacional e uma oportunidade para estreitar laços diplomáticos na América Latina. Eles argumentam que a cooperação agrícola pode gerar resultados positivos tanto para Cuba quanto para empresas e técnicos brasileiros envolvidos.
Já opositores afirmam que o gesto simboliza um retrocesso, especialmente diante das acusações recorrentes de violações de direitos civis, repressão política e falta de liberdades fundamentais em Cuba. O anúncio de Lula reacende o debate sobre até que ponto o Brasil deve se envolver financeiramente com regimes autoritários — e quais interesses estratégicos justificariam esse tipo de apoio.
A discussão deve ganhar força nos próximos dias, à medida que detalhes sobre o valor do auxílio e o formato da cooperação forem divulgados, aumentando a repercussão internacional e a polarização dentro do Brasil.




























