Jorge Messias é o chefe da Advocacia-Geral da União (AGU) e uma das figuras centrais do atual governo federal. Ele já teve papel visível em várias controvérsias jurídicas e tem sido defensor público de outros integrantes do poder Judiciário em disputas com autoridades internacionais.
A suspensão do visto de Messias pelos EUA está diretamente ligada às sanções e sanções mais amplas relacionadas com o episódio conhecido como “Vaza Toga”.
O caso “Vaza Toga” refere-se a denúncias envolvendo a atuação de autoridades judiciais e auxiliares ligados ao Supremo Tribunal Federal (STF), em especial à corte presidida por Alexandre de Moraes, em que se alega monitoramento, produção de relatórios ou ações de investigação voltadas contra críticos ou opositores.
Além de Jorge Messias, os EUA também pretendem revogar vistos de outras cinco autoridades brasileiras associadas ao governo Lula ou ao Judiciário, entre elas José Levi do Amaral, Benedito Gonçalves, Airton Vieira, Marco Antonio Martin Vargas e Rafael Henrique Janela Tamai Rocha — todos citados na apuração que envolveu o “Vaza Toga”.
Jorge Messias manifestou que as sanções seriam “arbitrárias” e “injustificáveis”. Ele também defendeu Alexandre de Moraes, alegando que as medidas impostas pelos EUA afrontam a soberania do Brasil. Do lado do governo brasileiro (AGU), fontes informam que a instituição foi procurada para se posicionar sobre a decisão, mas até a publicação da matéria não havia resposta oficial divulgada.
A revogação de vistos é um instrumento diplomático e sancionatório usado pelos EUA, muitas vezes atrelado a violações de direitos humanos ou de condições legais observadas em tratados internacionais. No caso em questão, essa ação expõe um ponto de atrito entre os dois países, envolvendo o Judiciário brasileiro e sua atuação percebida como controversa por autoridades norte-americanas.
Se confirmada a extensão dessas revogações para as demais autoridades mencionadas, é provável que esse episódio repercuta não apenas na diplomacia, mas também nos ambientes jurídicos e políticos internos. O efeito pode ser duplo: desgaste internacional para o Brasil e mobilização doméstica simbólica, sobretudo entre setores que veem nessas sanções uma interferência externa.
