A deputada federal Caroline De Toni (PL-SC) anunciou que deixará o cargo de líder da minoria na Câmara dos Deputados. A decisão, segundo ela, foi tomada com o objetivo de salvar o mandato do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A manobra política atende a uma estratégia: ao assumir a liderança da minoria, Eduardo Bolsonaro terá a prerrogativa de justificar suas ausências nas sessões plenárias da Câmara, mesmo estando fora do país. O parlamentar vive nos Estados Unidos desde fevereiro e já acumula faltas que poderiam resultar em questionamentos sobre a manutenção de seu mandato.
A renúncia de Caroline será oficializada junto ao líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-SP), e ao líder da oposição, deputado Luciano Zucco (PL-RS). Ambos devem encaminhar o nome de Eduardo Bolsonaro como novo líder da minoria, cargo estratégico que, além de dar visibilidade política, garante benefícios regimentais importantes.
Em declaração à imprensa, Caroline De Toni afirmou:
“Estou renunciando com convicção e seguirei ao lado dele nesta missão. Minha decisão é para contribuir com o fim das perseguições à família Bolsonaro. É o mínimo que podemos fazer para auxiliar o Eduardo neste momento, pelo trabalho que ele vem desenvolvendo na defesa das nossas liberdades.”
Nos bastidores, aliados do PL afirmam que o presidente da Câmara, Hugo Mota, já foi comunicado da movimentação. A expectativa é que não haja entraves para a efetivação da troca de liderança, uma vez que o gesto é visto como solução interna da bancada para preservar um de seus nomes mais influentes.
A situação de Eduardo Bolsonaro tem gerado preocupação dentro do partido. Desde que se mudou para os Estados Unidos, o deputado tem se ausentado das votações em Brasília. A legislação prevê que a perda de mandato pode ocorrer caso um parlamentar falte a mais de um terço das sessões ordinárias sem apresentar justificativas plausíveis. Ao assumir a liderança da minoria, essas justificativas se tornariam automáticas, protegendo-o de eventual processo de cassação por faltas.
A decisão de Caroline reforça o alinhamento da bancada bolsonarista em torno da defesa da família do ex-presidente. A medida também evidencia a tensão política atual, marcada por acusações de perseguição judicial contra aliados de Jair Bolsonaro e pelo esforço de parlamentares do PL em blindar suas lideranças.
Agora, a Câmara deve oficializar a mudança nos próximos dias, dando início a um novo capítulo da disputa política em torno do clã Bolsonaro. A manobra pode garantir fôlego político a Eduardo em meio às pressões judiciais e ao cenário polarizado que já se desenha para as eleições de 2026.