O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) oficializou, na quarta-feira (12/11), sua pré-candidatura ao Senado Federal por Santa Catarina (SC), encerrando uma trajetória de 25 anos na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. O anúncio foi feito durante a entrega da Medalha Pedro Ernesto, maior honraria concedida pelo Legislativo carioca, em uma cerimônia marcada por tom de despedida e emoção.
Visivelmente comovido, Carlos declarou que a decisão representa um novo ciclo em sua vida pública e pessoal, afirmando que sua atuação política sempre foi guiada pela sinceridade e pela dedicação.
“Qualquer pessoa consegue levar a mensagem que quiser adiante, basta falar com o coração. E eu sempre coloquei o coração em tudo o que fiz. Estou encerrando uma trajetória de 25 anos na cidade do Rio de Janeiro, mas vou me aventurar em outros ares tão difíceis quanto esses, me colocando como pré-candidato ao Senado por Santa Catarina”, disse o vereador.
O anúncio, no entanto, ocorre em meio a fortes tensões internas no Partido Liberal (PL). Lideranças do partido em Santa Catarina reagiram negativamente à movimentação, argumentando que o apoio da legenda no estado já havia sido prometido à deputada Caroline de Toni (PL-SC) e ao senador Esperidião Amin (PP-SC). Esses aliados consideram que a entrada de Carlos na disputa pode dividir o campo da direita e comprometer a coesão política entre os grupos que orbitam o bolsonarismo catarinense.
Nos últimos dias, o descontentamento ganhou corpo nas redes sociais. Vereadores e deputados estaduais de Santa Catarina publicaram vídeos reafirmando apoio a nomes locais e pedindo respeito às articulações já construídas no estado. Entre as vozes mais proeminentes, destaca-se a deputada Ana Campagnolo (PL-SC), figura de influência no conservadorismo catarinense, que também se posicionou contra a candidatura do vereador carioca.
A controvérsia levou o governador Jorginho Mello (PL) a se manifestar em defesa dos aliados que contestam a entrada de Carlos Bolsonaro na disputa, reforçando as divergências que hoje atravessam o partido no estado.
Mesmo diante das resistências, Carlos aposta na força do sobrenome Bolsonaro e no apoio do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que continua a exercer grande influência sobre o eleitorado catarinense — considerado um dos redutos mais fiéis do bolsonarismo no país. A expectativa entre seus aliados é de que essa identificação simbólica seja suficiente para impulsionar sua candidatura à Casa Alta em 2026.
A pré-candidatura marca, assim, não apenas uma mudança geográfica, mas também um novo movimento estratégico dentro do próprio campo bolsonarista, onde lealdade familiar, disputas regionais e cálculo eleitoral se entrelaçam no início da corrida por espaço no Senado.




























