Câmara derruba MP do IOF e impõe derrota a Haddad e Lula

Na sessão plenária desta quarta-feira (8), a Câmara dos Deputados aprovou um requerimento da oposição para retirar da pauta a Medida Provisória (MP) 1.303/2025, que tratava da unificação da tributação sobre aplicações financeiras, fixando alíquota de 18% a partir de 1º de janeiro de 2026, além de aumentar a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para algumas instituições financeiras.

Com 251 votos a favor da retirada e 193 contra, a manobra garantiu que a MP perca vigência à meia-noite de hoje, sem tempo hábil para ser aprovada nem na Câmara nem no Senado. Para o governo, a medida era considerada essencial para o equilíbrio fiscal do ano que vem. O texto, publicado em junho, foi editado depois da revogação de um decreto que havia elevado o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

No entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou que a maior parte dos aumentos desse decreto fosse mantida. A MP previa uma arrecadação adicional de cerca de R$ 10,5 bilhões em 2025 e R$ 21 bilhões em 2026, valores resultantes de negociações que reduziram essas estimativas para cerca de R$ 17 bilhões no total.Principais

Principais mudanças e Negociações

Durante a tramitação na comissão mista, o relator deputado Carlos Zarattini (PT-SP) recuou em vários pontos para tentar agradar setores econômicos e partidos — entre eles, retirou do texto a tributação de títulos do agronegócio e imobiliários, assim como o aumento do tributo sobre empresas de apostas (bets), que inicialmente saltaria de 12% para 18%. Zarattini afirmou que conduziu o trabalho ouvindo diferentes segmentos e que observou forte interferência política, especialmente do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para inviabilizar a aprovação da MP. Ele alertou que os recursos previstos seriam vitais para cumprir metas fiscais.Durante

Durante o debate em plenário, deputados da oposição comemoraram a retirada da MP. O deputado Kim Kataguiri (União-SP) citou ter sido autor do pedido para retirar a medida da pauta. Por outro lado, lideranças do governo acusaram a manobra de antecipação eleitoral e afirmaram que a retirada fere compromissos assumidos com o ajuste fiscal.

Impactos práticos e cenários para o Governo

Com a perda de vigência da MP, mantêm-se as alíquotas atuais para diversos investimentos:

  • Ações e fundos de ações continuam tributados a 15%;
  • Operações em day trade permanecem em 20%; aplicações
  • Aplicações de renda fixa continuam com alíquotas entre 15% e 22,5%, conforme o prazo de aplicação;
  • A CSLL de instituições de pagamento, administradoras de mercado e bolsas permanece em 9%;
  • Para sociedades de crédito, financiamento e investimento, permanece a alíquota de 15%.

Sem essa arrecadação extra, o governo terá de fazer cortes adicionais nas despesas de 2025, inclusive em emendas parlamentares. Para 2026, o rombo exigirá uma alternativa de R$ 35 bilhões, seja por cortes ou por outras receitas — possivelmente via elevação do IPI ou IOF por decreto.

A retirada da MP do plenário representa uma derrota estratégica para o governo, que apostava nessa receita para cumprir metas fiscais. Ao mesmo tempo, evidencia o poder de articulação da oposição para barrar medidas controversas. Resta saber agora como o Executivo reagirá — se tentará reapresentar uma proposta semelhante por meio de projeto de lei, se fará ajustes no orçamento extra ou se usará decretos para compensar os valores perdidos.

Marcado:

Siga nossas Redes Sociais

Entre em nosso Grupo no Whatsapp

O diretor norte-americano Cyrus Nowrasteh, conhecido por produções de cunho político e histórico, está à frente de um novo longa-metragem intitulado “Dark Horse”, que abordará o atentado sofrido pelo então candidato Jair Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018. A produção começou em 20 de outubro de 2025 e tem estreia prevista para 2026, prometendo...

Veja Mais Notícias