O ex-presidente Jair Bolsonaro precisou ser levado ao Hospital DF Star, em Brasília, nesta terça-feira (16), após apresentar um quadro de soluços intensos, vômitos e queda de pressão arterial. A remoção foi feita pelos policiais penais responsáveis pelo monitoramento de sua prisão domiciliar.
A informação foi confirmada por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), por meio das redes sociais. Segundo ele, o estado de saúde do ex-presidente exigiu atendimento imediato, mas não há, até o momento, previsão de internação prolongada.
Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão autoriza o ex-presidente a se deslocar para hospitais em casos de emergência, desde que um atestado médico seja enviado ao STF no prazo máximo de 24 horas após o atendimento.
No último domingo (14), Bolsonaro já havia passado por um procedimento dermatológico e por exames que detectaram um quadro de anemia, segundo boletim médico divulgado pela própria unidade hospitalar.
A prisão domiciliar foi decretada no âmbito do inquérito que investiga a suposta participação de Bolsonaro e de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em articulações junto ao governo do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A investigação apura a promoção de medidas de retaliação contra autoridades brasileiras, incluindo ministros do Supremo, com pedidos de cancelamento de vistos e eventual aplicação da Lei Magnitsky.
Além do inquérito, Bolsonaro enfrenta uma condenação recente: na semana passada, a Primeira Turma do STF decidiu, por quatro votos a um, pela condenação do ex-presidente e de outros sete réus na chamada “ação penal da trama golpista”. Ele foi considerado culpado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência, grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
O episódio de hoje reacende o debate sobre a situação de saúde do ex-presidente e sobre os impactos de sua prisão domiciliar no cenário político nacional. Aliados voltaram a criticar a decisão do STF, alegando perseguição, enquanto adversários reforçam que as instituições devem seguir aplicando a lei para todos, independentemente de cargos ocupados no passado.