Imagens registradas durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA), revelam o momento em que manifestantes — entre eles grupos indígenas — romperam as portas da chamada Blue Zone, área restrita do evento, e invadiram o espaço reservado a autoridades e delegações internacionais.
A ação ocorreu na noite de terça-feira (11) e foi contida por seguranças da ONU. De acordo com relatos, o grupo responsável pelo tumulto teria avançado após o encerramento da marcha oficial, agindo de forma independente da organização. No vídeo, é possível ver a primeira porta sendo derrubada, seguida por uma multidão que força as demais entradas e ocupa a área de credenciamento.
Integrantes do Departamento de Segurança da ONU (UNDSS) reagiram rapidamente para conter os invasores. Ao menos um segurança ficou ferido, sendo visto sangrando e posteriormente retirado de cadeira de rodas.
Os manifestantes chegaram a cerca de 20 metros dos pavilhões da Blue Zone, onde circulam ministros de Estado, diplomatas e negociadores. A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), responsável pela conferência, não se manifestou até o momento sobre o incidente.
A marcha, que teve início na Avenida Duque de Caxias, no centro de Belém, foi organizada pela Marcha Global Saúde e Clima e reuniu cerca de três mil pessoas. A entidade declarou, em nota, que o grupo que se dirigiu à Blue Zone não fazia parte da organização oficial e agiu “de forma independente”. O movimento afirmou ainda que seu objetivo era “chamar atenção para os impactos das mudanças climáticas na saúde pública e para a necessidade urgente de políticas que protejam tanto as pessoas quanto o planeta”.
Apesar disso, o protesto acabou levantando críticas pela desordem causada e pelo uso de bandeiras palestinas durante o ato, o que gerou acusações de desvio do foco ambiental para manifestações de cunho político e ideológico. Observadores e participantes da conferência apontaram falhas de segurança e uma condução fragilizada do evento, que deveria priorizar o diálogo técnico e diplomático em torno das questões climáticas globais.
Com o incidente, a COP30 passou a enfrentar questionamentos sobre o controle das manifestações e o grau de politização em um espaço originalmente destinado à cooperação internacional para a proteção do clima.




























