Encontro entre o presidente brasileiro e o líder sírio Ahmed al-Sharaa, ex-integrante de milícia jihadista, provoca reação negativa e levanta questionamentos sobre os rumos da diplomacia nacional.
A presença de Ahmed al-Sharaa, líder sírio com histórico de envolvimento em grupos jihadistas e apontado como ex-integrante da Al-Qaeda, em uma reunião oficial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a COP30, realizada em Belém (PA), desencadeou forte repercussão internacional e duras críticas de setores políticos e diplomáticos.
O encontro, registrado durante as atividades da cúpula climática, foi visto por analistas e opositores como um episódio de grave imprudência diplomática. Críticos afirmam que a recepção a uma figura associada a uma organização terrorista representa um constrangimento institucional e pode prejudicar a imagem do Brasil em fóruns multilaterais — especialmente num evento voltado ao diálogo global e à cooperação ambiental.
Segundo integrantes do governo, o gesto estaria alinhado à diretriz de uma “política externa de diálogo universal”, que busca abrir canais de comunicação com diferentes nações e lideranças, independentemente de suas origens políticas ou religiosas. No entanto, opositores reagiram de forma veemente, alegando que dialogar não deve significar “legitimar indivíduos com passado ligado a crimes de guerra e atentados internacionais”.
Diplomatas ouvidos por veículos estrangeiros ressaltaram que, embora Ahmed al-Sharaa atualmente exerça funções políticas na Síria, seu histórico em milícias jihadistas e sua vinculação anterior à Al-Qaeda exigiriam maior cautela e distanciamento protocolar por parte do governo brasileiro. “A diplomacia pressupõe diálogo, mas também discernimento sobre quem se escolhe ouvir e receber oficialmente”, afirmou um especialista em relações internacionais ouvido sob reserva.
A recepção reacende o debate sobre os limites éticos e estratégicos da política externa brasileira, sobretudo em um momento em que o país busca reposicionar-se como mediador global e defensor do multilateralismo. Para observadores internacionais, o episódio revela a delicada fronteira entre o ideal diplomático da inclusão e o risco da conivência simbólica com figuras marcadas por passados controversos.
No contexto de uma conferência dedicada à agenda climática e à paz entre as nações, o encontro entre Lula e Sharaa reacende questionamentos sobre a coerência entre o discurso de cooperação e as práticas diplomáticas adotadas. O caso deverá continuar repercutindo nos bastidores da COP30 e pode marcar mais um capítulo de tensão entre o governo brasileiro e a comunidade internacional.




























