Paraguai: o refúgio dos que buscam liberdade

O Paraguai tem se consolidado como um dos destinos mais procurados por brasileiros que buscam uma vida com mais liberdade, segurança e estabilidade econômica. O fenômeno, que vem se intensificando nos últimos anos, ganhou destaque nas redes sociais após o empresário Raphaël Lima, fundador da consultoria Settee.io, publicar um vídeo explicando por que o país vizinho tem se tornado um refúgio para quem deseja fugir do atual cenário político e econômico do Brasil.

Em seu vídeo, Lima destacou aspectos culturais e políticos do território guarani, afirmando que “não existe esquerda aqui no Paraguai”, já que partidos alinhados a essa ideologia representam menos de 5% da votação presidencial. O empresário também enfatizou que não há espaço para pautas identitárias, políticas de vitimização ou cultura do cancelamento. “O povo paraguaio é conservador em seus costumes e muito cristão”, observou.

Além de comentar sobre o ambiente social, Raphaël ressaltou o contraste econômico entre Paraguai e Brasil. Segundo ele, os paraguaios “querem trabalhar, crescer e cuidar da vida”, refletindo uma mentalidade mais voltada à livre iniciativa e à responsabilidade individual. O empresário, que há anos fala sobre as vantagens de viver no país vizinho, anunciou que passará a produzir conteúdos diretamente do Paraguai, abordando temas como custo de vida, segurança pública, impostos, vistos, educação domiciliar (homeschooling) e revalidação de diplomas.

De maneira descontraída, Lima também sugeriu que pode não retornar ao Brasil. “Talvez eu não volte, viu?”, brincou. Em suas redes sociais, ele ainda disponibilizou materiais gratuitos para quem considera migrar, convidando os seguidores a comentarem “valores” para receber artigos explicativos sobre o processo.

O interesse crescente de brasileiros pelo Paraguai é confirmado por dados oficiais da Direção Nacional de Migrações. Sob o governo do presidente conservador Santiago Peña, do Partido Colorado, cerca de 17 mil brasileiros passaram a residir formalmente no país apenas em 2024, o que representa 60,21% de todos os imigrantes registrados no período. No total, foram 29.124 solicitações de residência temporária e permanente, um aumento de 10% em relação ao ano anterior.

O Brasil lidera com folga a lista de países com mais cidadãos radicados em território paraguaio, seguido por Argentina (4.121), Alemanha (1.071), Bolívia (794), Espanha (466), Estados Unidos e Rússia (416 cada), Venezuela (382), Uruguai (358) e Países Baixos (267).

Um dos principais atrativos é o sistema tributário paraguaio, considerado um dos mais competitivos da América do Sul. O imposto de renda pessoal é de 10% para rendimentos anuais acima de aproximadamente US$ 39 mil, e de 8% para rendas equivalentes a 72 salários mínimos. Já os dividendos internos são tributados a apenas 5%, enquanto os juros locais são isentos. Para empresas, a taxa corporativa também é de 10%, com possibilidade de compensar prejuízos por até cinco anos.

Com o aumento da demanda migratória, o governo de Santiago Peña realizou 10 jornadas de atendimento em quatro cidades ao longo de 2024, facilitando a regularização de estrangeiros. Essas ações resultaram em 4.901 novas solicitações e 7.477 atendimentos. No total, foram emitidos 36.148 documentos migratórios, entre carnês de residência, prorrogações e certificados de radicação.

Do total de 28.464 carnês emitidos neste ano, 21.843 correspondem à residência temporária e 6.621 à residência permanente, o que representa crescimento de 6% em relação a 2023.

Com baixos impostos, estabilidade política e forte presença de valores conservadores, o Paraguai vem se projetando como um novo polo de atração para brasileiros que buscam um ambiente mais previsível para viver, investir e construir o futuro — um movimento que reflete tanto o desgaste com o cenário nacional quanto a busca por uma nova mentalidade de prosperidade e liberdade individual.

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