O debate em torno do Projeto de Lei da Anistia voltou a movimentar os bastidores do Congresso nesta terça-feira (30). O relator da proposta, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), se reuniu com o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e com integrantes da bancada do PSD na Câmara, liderada por Antonio Brito (BA), em busca de um entendimento sobre o texto que será levado ao plenário.
Após a reunião, Paulinho reforçou sua posição: o relatório não deve propor uma anistia ampla e irrestrita para os envolvidos nos atos do dia 8 de Janeiro, mas sim uma redução das penas. O tema divide as bancadas, especialmente dentro do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro — condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e 3 meses de prisão por suposta tentativa de golpe de Estado.
“Continuo defendendo essa minha tese de apresentar um relatório nessas condições e espero que convença no futuro aqui o nosso plenário”, afirmou o relator, destacando que o debate ainda está em fase inicial e não há consenso fechado.
Enquanto uma ala do PL insiste na defesa da anistia total, argumentando que os réus do 8 de Janeiro devem ser perdoados em nome da pacificação nacional, setores mais moderados buscam uma solução de meio-termo, que contemple ajustes nas condenações sem absolver completamente os envolvidos.
A proposta ainda deve enfrentar longas negociações na Câmara. A expectativa é que, até sua votação, o relatório de Paulinho da Força seja alvo de intensas pressões políticas e jurídicas, revelando mais uma vez as fissuras entre as correntes da oposição e a necessidade de diálogo para avançar em um tema tão sensível.
